Tá na hora de planejar!

Tá na hora de planejar!

Ao aproximar-se o final do ano, é comum ouvirmos nas empresas a frase que uso como título para este artigo. Chegou a hora do planejamento… Mas pergunto: planejamento tem hora?

O planejamento é um processo contínuo, tanto na nossa vida pessoal como nas organizações. Aliás, faz parte do famoso ciclo do PDCA (Plan – Do – Check – Act), ferramenta fundamental da gestão. Ou seja, é um processo que compõe a roda que faz as coisas acontecerem nas empresas rumo aos objetivos estabelecidos.

Mas não há dúvidas que os “finais de período” – mensal, semestral, anual – estimulam a pensarmos o planejamento de forma mais ativa e muitas vezes promove que aquele documento (o Planejamento Estratégico Corporativo) saia da gaveta e volte à luz da análise.

Então vamos aproveitar este momento, em que nos aproximamos do final do ano, para trazer à tona este tema. E mesmo que você esteja lendo este artigo no início do ano, ele não estará desatualizado, pois sempre é tempo de planejar!

Infelizmente alguns gestores ainda encaram o planejamento como um processo complicado, burocrático, impreciso e até mesmo ineficiente. Já vi isto em várias empresas nas quais prestei consultoria. Mas planejamento não é uma opção, é uma obrigação. Como disse John L.Beckley,“a maioria das pessoas não planeja fracassar, mas fracassa por não planejar”.

Para contextualizar estas questões, encontrei referências em uma recente pesquisa realizada pela revista Venda Mais, realizada com mais de 400 diretores de empresas de todo o Brasil. Nela aparecem as “desculpas” mais comuns dos gestores que não fazem planejamento, sendo que a seguir apresento e comento algumas delas.

Antes disso, vale destacar que se pegarmos a palavra “desculpa”, separarmos a primeira sílaba (des-culpas) e substituirmos o S por um Z, o que temos? Dez culpas, que é o resultado de cada uma de nossas desculpas!

 

Inconsistência do mercado econômico brasileiro

Que novidade! Ainda não se acostumaram com isso? Você se lembra de quantas “crises econômicas” nosso país já passou? (eu perdi a conta). Então não é desculpa. Temos que desenvolver as capacidades para contar com as instabilidades normais no processo de planejamento. É mais uma variável a ser considerada, uma variável incontrolável, porém monitorável. Planejar corretamente as suas ações ajuda a fazer com que o efeito da crise econômica seja minimizada na sua empresa!

 

Falta de tempo

O meu dia tem 24 horas e o seu? O tempo é um recurso que é igual para todos. O que difere é como o utilizamos. E vários estudos já demonstraram que cada hora aplicada no planejamento economiza várias horas na execução. Portanto é questão de prioridade. Inclusive um bom planejamento vai liberar tempo para que você possa pensar em novas ideias e alternativas (como por exemplo, como contornar a crise)!

 

Falta de envolvimento e participação da equipe

Outro ponto que não é causa, mas muito provavelmente efeito! Equipes desmotivadas e não comprometidas com a empresa normalmente são sinônimo de problema na comunicação, na delegação e na liderança! Se esta é a causa, já está aí um tema importante para colocar no planejamento de treinamento e desenvolvimento para o próximo período.

 

Falta de conhecimento sobre como fazer/montar um planejamento

Mais uma coisa para colocar no plano de desenvolvimento. Existem várias ferramentas que auxiliam o processo de planejamento e que estão presentes em praticamente todos os cursos e treinamentos de gestão.

 

Desconhecimento de métodos e modelos

Derivada da desculpa anterior. Podem ser utilizadas desde as ferramentas tradicionais, como a Matriz SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, lembra?), 5W2H (aquelas sete perguntinhas que servem para detalhar os planos de ação), análise das 5 forças de Porter (poder de barganha de fornecedores, clientes, concorrência, novos entrantes e produtos substitutos), até métodos mais atuais como o Balanced Scorecard (BSC), Canvas, Design Thinking e MindMaps. Ah, se você não conhece estes ainda, vale a pena aprender!

 

Não consigo acompanhar e colocar em prática o que foi planejando

Bem, agora é hora de “girar o PDCA”. Não adianta ser um ótimo planejador se não for estabelecida a rotina da ação e do acompanhamento. Aí entra o estabelecimento das metas, com prazos e responsáveis pela execução, os sistemas de indicadores de verificação e as avaliações periódicas (análise crítica) dos resultados alcançados e, se necessário, o re-planejamento.

E então, vai uma “dez culpa” aí? Se quem não planeja, planeja o seu fracasso, planeje e garanta o seu Suce$$o!

 

Prof. Álvaro Flores
Palestrante e Consultor