Todos nós – como pessoas ou como empresas – almejamos chegar a algum lugar. Mas, se este “algum lugar” não tiver suas coordenadas estabelecidas (ah! um GPS nesta hora…), dificilmente chegaremos lá. Como já dizia o filósofo Sêneca “Não existe porto certo para quem não sabe aonde quer chegar!” Mas vou procurar ser menos filosófico e mais prático neste artigo, fazendo algumas reflexões sobre os objetivos empresariais!
A maioria das organizações tem um conjunto de objetivos, mas para que estes objetivos possam ser alcançados eles devem ser hierárquicos, quantitativos, realistas e consistentes.
A empresa deve organizar os objetivos hierarquicamente, do mais importante para o menos importante. Vale lembrar que o grau de importância está diretamente relacionado com a geração de resultado. Quando se têm limitações de recursos – o que normalmente acontece – os objetivos mais importantes devem ser priorizados, pois se faltar recursos, que seja para os menos importantes.
Os objetivos devem ser declarados quantitativamente, em termos de magnitude e tempo, ou seja, devem vir acompanhados das suas metas. Apenas dizer “aumentar vendas”, ou “aumentar o número de países para os quais exportamos” não é suficiente. A meta tem um efeito comprometedor, já que a magnitude pode ser um, dez ou cem. Fazer isso em um mês ou em um ano também faz grande diferença!
Os objetivos devem ser realistas, baseados na análise do ambiente de negócios, e não naquilo que apenas é desejável. Ambição é uma coisa, devaneios, outra! Certo que os objetivos devem ser desafiadores – o que os fazem motivadores, porém, quando estes se mostram não factíveis, o efeito é contrário e eles acabam sendo desmotivadores.
Finalmente, os objetivos devem ser consistentes, ou seja, não devem ser conflitantes. O conflito de objetivos muitas vezes só é percebido quando se estabelece os planos para alcançá-los. Daí a importância de estabelecer os objetivos de uma forma sistêmica e não apenas individualmente. É importante considerar todas as questões envolvidas para cada objetivo e os inter-relacionamentos entre eles.
PRIORIZAÇÃO E DESDOBRAMENTO DOS OBJETIVOS
Uma das principais inquietações que surgem com relação aos objetivos diz respeito à sua priorização e desdobramento em ações. Diversas ferramentas podem ser utilizadas, desde aos métodos tradicionais (PDCA, GUT, 5W2H, dentre outras siglas conhecidas da administração) até novas abordagens como o BSC (que como já escrevemos na MK News não é o Bicho de Sete Cabeças!). Evidentemente, todas são válidas, aliás, como são válidas todas as abordagens que nos ajudem a um melhor entendimento dos objetivos e das formas como eles podem ser alcançados.
Sem me deter a uma ferramenta específica, encontrei na obra “Metas” de Brian Tracy, algumas referências interessantes. Diz o autor que o primeiro passo é identificar as suas três maiores preocupações, ou seja, identificar “onde está doendo”! Uma vez que tenha identificado os maiores problemas e motivos de preocupações, tente responder as seguintes questões:
– Quais seriam as soluções ideais para cada um destes problemas?
– Como poderia eliminar imediatamente estes problemas ou preocupações?
– Qual é a maneira mais rápida e direta de resolver cada problema?
Estas perguntas são ótimas, em especial a última! Por quê? Pois como já disse o filósofo britânico William de Ockham (desculpe, um pouco mais de filosofia…) “a solução mais simples e mais direta, que exige o menor número de medidas, geralmente é a solução correta para qualquer problema”.
Frequentemente muitas pessoas cometem o erro de complicar demais as coisas. E quanto mais complicada for a solução, menos provável é que ela venha a ser aplicada e mais longo será o tempo que levará para apresentar resultado. Seu objetivo deve simplificar a solução. Em bom inglês, use o método KISS (Keep It Simple, Stupid!).
A partir daí é mais transpiração do que inspiração! E, para completar, mais uma sugestão de Tracy: “Vá em frente. Cultive um senso de urgência. As melhores ideias do mundo não têm qualquer valor até serem aplicadas.” Ou nas palavras do poeta John Whittir: “de todas as palavras tristes escritas ou faladas, as mais tristes são estas: podia ter sido…”.