Além da leitura ser um dos meus hobbies, ela é fundamental no meu processo de aprendizagem, sempre meio autodidata. Tenho como meta ler pelo menos 24 livros por ano, e é um hábito, fazer pequenas resenhas das obras que passam pelas minhas mãos. E por que não compartilhar com nossos amigos e seguidores alguns destes comentários…
O ser humano provavelmente pensa em negócios desde que aprendeu a se comunicar. Fazer trocas daquilo que temos por aquilo que queremos é uma atividade tão antiga quanto a própria ideia de posse. Em sua gênese está o impulso civilizatório: aprender a negociar fez com que nossos ancestrais deixassem de usar a força para tomar dos outros as coisas de que precisavam para viver. Foi um triunfo da comunicação sobre a violência, da sofisticação mental sobre a brutalidade física.
O livro dos negócios (Globo Livros, 2014) – mais um título da coleção As grandes ideias de todos os tempos– trata justamente dessa atividade inerentemente humana e seu poder transformador ao longo da história. Pesquisada e escrita por uma equipe de especialistas que reúne acadêmicos e autores de livros de negócios, a obra combina leveza e didatismo numa abordagem transversal da infinidade de temas relacionados aos negócios: da conversão de uma ideia em atividade rentável às habilidades de liderança e aos recursos humanos; da gestão financeira às estratégias empresariais; do marketing à produção e à pós-produção.
Assim como nos demais volumes da coleção – os best-sellers O livro da filosofia, O livro da psicologia, O livro da economia, O livro da política e O livro das religiões –, a criteriosa seleção de assuntos vem embalada num projeto editorial dinâmico, que convida à leitura. Gráficos ilustram conceitos-chave como mapeamento de mercado, mix de marketing e big data, enquanto esquemas lógicos destrincham as lições ocultas sob máximas consagradas (“o marketing é importante demais para ser deixado nas mãos do departamento de marketing”, por exemplo).
Pequenos boxes espalhados pelas páginas contêm perfis de personalidades do moderno mundo dos negócios – dos capitães da indústria John Rockfeller e Henry Ford a Jack Welch e Steve Jobs, além de pensadores e estudiosos da área, como Theodore Levitt e Peter Drucker. Ao final do volume, um diretório lista uma série de personalidades das mais diversas áreas (designers industriais, líderes inspiradores, gurus de gestão, psicólogos e engenheiros, entre outros), cujas realizações exerceram impacto sobre o ambiente empresarial. O texto também reconhece a importância do trabalho de brasileiros como Roberto Civita e Ricardo Semler.
Obra de consulta útil na mesa de estudantes de administração de empresas, marketing e economia, O livro dos negócios é um suporte teórico obrigatório tanto para quem pensa em abrir uma empresa própria quanto para empreendedores já em plena atividade. Não se trata, porém, de uma obra para públicos exclusivos. A clareza com que os assuntos são apresentados torna a leitura atraente inclusive para leitores leigos – afinal os negócios desde sempre têm exercido influência determinante no modo como vivemos e nos relacionamos em sociedade.
CONFIRA ALGUNS HIGHLIGHTSDO LIVRO
“Vencer os desafios na fase inicial de um negócio exige uma boa ideia aliada a um excelente plano de negócios; um espírito empreendedor – uma disposição em assumir riscos; esperteza empresarial para colocar o plano em prática; determinação para lidar com adversidades.”
“Os mercados nunca são estáticos – a mudança é inevitável e contínua. As empresas têm que responder à mudança por meio da inovação em mentalidade, produtos e processos. Tal flexibilidade permite às empresas responder ao mercado e lhes dá uma vantagem competitiva. Adaptação e reinvenção são necessárias para a sobrevivência da organização.”
“A liderança eficaz cria capacidade nos outros. Só o carisma de um líder não basta. A liderança eficaz exige integridade, confiança, empatia e empoderamento. A liderança eficaz exige ação do líder, não apenas poder intelectual.”
“Se uma empresa pensar apenas no curto prazo a respeito de questões imediatas com clientes, salários, fornecedores e funcionários ela perderá o bonde e não criará novas oportunidades para crescimento. Se uma empresa pensar apenas no longo prazo sobre novos produtos, novos mercados, inovação e crescimento, ela ficará sem capital para financiar investimentos. Empresas de sucesso têm que equilibrar as mentalidades de curto e longo prazo.”