Falar de técnicas e ferramentas de gestão é algo comum em cursos, livros e palestras. Entretanto, quando se analisa em profundidade, os conceitos apresentados não são novos. Não há como evitar as citações à Peter Drucker – certamente um dos maiores pensadores na área da gestão empresarial que, desde a década de 1940 até a sua morte em 2005, cunhou diversos princípios da administração moderna; Michael Porter – o pai da administração estratégica que na década de 1980 trabalhou as bases da vantagem competitiva no modelo das cinco forças e as estratégias genéricas de competição; Philip Kotler – referência unânime na área do marketing que desde a década de 1960 vem desenvolvendo e divulgando conceitos hoje tradicionais como os 4 Ps do Marketing; dentre outros autores que são referência na gestão das empresas. Mas repare: todas bases teórico-práticas desenvolvidas no século passado!
Não quero desmerecer nenhum destes autores, muito antes pelo contrário, foram e continuam sendo referências extremamente importantes e cujos conceitos ensinei por vários anos nas disciplinas que ministrei em cursos de graduação e pós-graduação. O que quero dizer é que as mudanças observadas nas últimas décadas precisam ser entendidas e interpretadas de outras maneiras, por outros prismas.
E em minha carreira de consultor de empresa, que só para registro já se estende por mais de duas décadas, tenho percebido que este tem sido o problema de muitas empresas: resolver novos problemas utilizando velhas soluções.
FALHAS NA GESTÃO DOS NEGÓCIOS
De acordo com o Sebrae, de cada quatro empresas abertas, uma fecha antes de completar dois anos de existência. De cada dez empresas, seis fecham antes de completar cinco anos, conforme estudos do IBGE, e a idade média das empresas brasileiras é de 11,2 anos! E você sabia que há apenas 34 empresas operando no Brasil com mais de 100 anos? E por que a maioria das empresas fecha logo nos primeiros anos de vida e poucas sobrevivem a mais de algumas décadas?
No estudo Causa Mortis, publicado pelo do Sebrae, os três grupos de problemas que levam ao fechamento das empresas são: a falta de planejamento prévio, características comportamentais do empreendedor e falhas na gestão do negócio.
Em uma avaliação talvez mais superficial, poderíamos dizer que há uma grande falta de preparação do empresário e dos gestores. Mas será? Se assim fosse teríamos tantos cursos de administração de empresas nas universidades (mais de 1800 segundo o MEC)? Tantos cursos de capacitação oferecidos por diversas organizações? Me parece que não é a falta de preparação. Mas a preparação incompleta, que não considera algo muito importante…
ALGUMAS QUESTÕES-CHAVE
Então, se você é empresário, gestor ou mesmo empregado de uma empresa que ainda está no mercado, é importante se questionar:
Na segunda parte deste artigo vamos começar a responder estas perguntas…