“Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”
Leo Tolstoy
Mudança é processo! Não é uma simples escolha, algo que você decide e pronto, está feito. Na verdade, é uma sucessão de etapas que devem ser vencidas para que efetivamente a mudança ocorra e se mantenha.
Ao quebrar a mudança em elementos discretos do processo – passos ou etapas, pode-se adaptar estratégias e técnicas com base nos atributos únicos de cada fase.
Neste artigo vamos identificar cada um dos passos necessários para que a mudança ocorra.
Passo 1 – Mudança começa com a compreensão do porquê.
É necessário que você tenha o pleno entendimento da natureza da mudança. Satisfazer a necessidade humana de saber o porquê é o fator crítico na realização de qualquer atividade, ação ou processo. E com a mudança, não é diferente.
Algumas questões chaves podem ser levantadas neste ponto:
– Por que a mudança é necessária?
– Por que a mudança deve acontecer agora?
– O que há de errado com o que está acontecendo hoje?
– Qual o risco de não mudar?
Passo 2 – Mudança envolve decisão pessoal.
A compreensão nos permite iniciar o processo de avaliação da mudança, mas não necessariamente resulta no desejo de mudar. A escolha de mudar é pessoal. Só podemos mudar uma pessoa neste mundo: a nós mesmos. E a decisão de implementar a mudança só será tomada se houver o desejo e a disposição de mudar.
Nossos motivadores são pessoais e podem ser muito diferentes. Podem ir desde o desejo de ajudar os outros e fazer a diferença no mundo até evitar perdas ou consequências negativas. Nossa motivação inclui os nossos valores e a nossa crença interna de que alcançaremos o resultado.
A questão chave que deve ser levantada neste ponto é:
– O que eu ganho com isso?
Passo 3 – Mudança exige saber como.
É necessário ter compreensão exata de como mudar. Muitas vezes nesta etapa, precisamos buscar mais conhecimento, buscar treinamento e ferramentas e aprender novas habilidades.
É necessário também compreender as novas regrar e responsabilidades associadas à mudança. E também é preciso ter acesso a esse conhecimento, que muitas vezes passa pela disponibilidade de contatar experts, professores, livros e outros recursos.
Passo 4 – Mudança exige ação na direção certa.
Agora é necessário colocar o conhecimento em ação! Temos que desenvolver habilidades para implementar os novos comportamentos e alcançar a performance desejada.
E para colocar em ação é necessário às vezes quebrar bloqueios psicológicos (nossas crenças limitantes) e desenvolver capacidades físicas ou intelectuais. Também demanda tempo para desenvolvê-las. E o tempo pode ser um fator crucial para muitos tipos de mudanças, portanto a intensidade da ação deve ser ajustada a este fator.
Nesta etapa também devem avaliada a disponibilidade de recursos, inclusive financeiros. É apenas nesta etapa que as coisas realmente começam a acontecer e se começa a perceber o retorno. Mas para chegar aqui os passos anteriores são fundamentais.
Passo 5 – Mudança deve ser reforçada para ser sustentável.
Nesta etapa devemos estabelecer ações que aumentem a probabilidade de que a mudança vai ser continuada. Precisamos criar reforços, internos e externos que sustentem a mudança.
Reforços externos podem incluir o reconhecimento, recompensas e celebrações que estejam vinculadas à realização da mudança. Reforços internos podem ser a sua satisfação com o alcance do objetivo ou outros benefícios derivados da mudança no nível pessoal, ou mesmo a ausência de consequências negativas. Sem este reforço, a pessoa pode perceber que todo o esforço dispendido durante a transição não valeu a pena.
Na ausência de um reforço continuado, é possível que os antigos hábitos voltem e ainda como consequência que seja criado uma aversão a mudança, do tipo “isso não funciona mesmo…”
COLOCANDO OS PASSOS EM PRÁTICA:
Um exemplo pessoal: quando fiz a minha reprogramação de vida e coloquei como objetivo viver bem e saudável até os 90 anos, tomei a consciência que deveria mudar o meu estilo de vida, pois eu era até então sedentário, e me dedicar à prática de atividades físicas (passo 1).
Avaliando a necessidade desta mudança e principalmente a consequência que poderia ter de não mudar (como infarto, AVC, impotência sexual, etc.), o desejo de ter uma vida saudável fez com que eu tomasse a decisão de iniciar uma atividade física (passo 2).
Aí fui buscar um médico para fazer uma avaliação completa, indicações de amigos praticantes de diversos esportes, que me permitiu escolher a corrida de rua como a minha principal atividade. Aí as publicações e conselhos com educadores físicos me deram o conhecimento necessário para a compra de um bom equipamento e da elaboração de meu programa de treinos (passo 3).
Chegou então a hora da ação, de botar mãos à obra, ou melhor, pernas nas ruas. Iniciei os treinos, fui aumentando as distâncias, sempre com o objetivo na próxima prova, e foi desenvolvendo a habilidade de um corredor (passo 4).
E a cada novo objetivo alcançado – a primeira prova de 3K, a primeira de 5K, a primeira de 10K, a primeira São Silvestre (15K) e a primeira meia maratona (21K), o reconhecimento pessoal, a alegria da conquista, reforça cada vez mais a vontade de continuar correndo, além das outras atividades que se mostraram necessárias paralelamente, como a academia para reforço muscular e uma alimentação mais equilibrada (passo 5).
E agora não sou mais sedentário, e de bem com a vida, rumo aos 90….
A TÍTULO DE CONCLUSÃO…
Quando você consegue passar por cada um dos passos, você começa a ter sensações diferentes, como demonstrado no quadro a seguir.
Experimente. Dedique-se a aplicar os 5 passos da mudança e SUCESSO!
Álvaro Flores
PROSCI® Change Management Practitioner