Na vida pessoal, na atividade profissional e nas empresas, cada vez mais é necessário desenvolver todo o potencial possível. Não basta ser bom, é necessário ser ótimo. Não basta fazer certo, tem que fazer mais.

O nível de cobrança está muito alto? Será que não é demais para um simples mortal? Bem, até pode ser, mas a verdade é que é possível atingir um nível de performance superior, trabalhando algumas questões específicas e que alavancam o desempenho nas diversas áreas de atividades.

Há algum tempo tenho me dedicado a estudar e validar certos princípios que fazem com que as pessoas e as organizações se destaquem em suas atividades e seus mercados. Tenho buscado identificar, naquelas pessoas, profissionais e organizações de sucesso, o que elas têm em comum e que podem ser considerados os pilares para o alcance de resultados superiores, diferenciando-as de outras pessoas e organizações.

Os meus estudos e observações me levaram a três pontos fundamentais, que eu passei a chamar de “pilares da maestria”. E esta conclusão não se deu somente do ponto de vista teórico, mas tem toda a comprovação prática, já que a tenho aplicado na minha atividade profissional e nos treinamentos e programas de desenvolvimento que tenho levado para o mercado.

Mas primeiro vamos definir o que é maestria. A palavra maestria deriva do sânscrito, onde “mah” significa “maior”. Portanto, a maestria implica em não só fazer o que se sabe para produzir resultados, mas ir além, dominando os princípios subjacentes ao resultado. Ou ainda, como filosoficamente podemos colocar:

A maestria é o caminho do mestre, é seu diferencial ante o ser humano comum.

Então vamos lá! Vamos empreender neste caminho maestral que proponho a partir de três pilares.

OS TRÊS PILARES

A figura 1 ilustra o que considero os três pilares para se obter resultados superiores e a mais alta performance em todos os aspectos de nossas vidas, quais sejam: o autoconhecimento, que é base para o conhecimento do outro; o domínio das técnicas e ferramentas; e os comportamentos e atitudes.

Figura 1 – Os pilares da maestria

Tudo começa pelo autoconhecimento (e aqui a ordem dos fatores altera o produto). Não quero dizer que seja o mais importante, afinal, é necessário um equilíbrio entre os três, mas é o que primeiro deve ser trabalhado para poder se aproveitar o máximo potencial dos outros pilares.

Conhecer-se! Parece uma tarefa simples, mas é de extrema complexidade. Este fato me remete à lenda da esfinge, na antiga mitologia grega, em que o monstro, uma besta com cabeça de mulher, asas e corpo de animal, questionava aos que queriam passar por ela: “decifra-me ou te devoro!”. Quem é a primeira pessoa que temos que decifrar senão a nós mesmos? O quanto você realmente se conhece? O quanto entende seus sentimentos e processo de tomada de decisões? Quanto tempo passa analisando aquela figura que, invariavelmente todos os dias, você vê no espelho? Quantas vezes você coloca um espaço na sua agenda para conversar consigo mesmo?

Me parece lógico que, se não nos entendemos, fica mais difícil entender aos outros. E, sem entender aos outros, como viver e conviver de forma harmoniosa em minha casa e em meu trabalho, conquistando os melhores resultados. Então este é, com certeza, o primeiro ponto. Entender o funcionamento deste, às vezes desconhecido, “eu”.

O segundo ponto para alcançar a melhor performance é o conhecimento e prática nas técnicas e ferramentas. Ou seja, o que temos que realizar não pode ser feito de qualquer maneira. É necessário o conhecimento de “o que fazer” e também a capacidade, na maior parte das vezes desenvolvida através da prática, de “como fazer”.

Este é o pilar mais explícito dos três, pois através de alguns questionamentos e avaliações mais lógicas, podemos identificar os gaps e estabelecer os pontos a serem trabalhados. Exemplificando: os programas de treinamento e desenvolvimento, focam exatamente (e quando não exclusivamente) estes pontos. Vamos à base conceitual, às técnicas e à aplicação destes conceitos. Pronto! Tudo resolvido. Só que não…

Apesar de importante (e vejam que estou colocando todos os pilares no mesmo nível de importância) este pilar não se basta. É como querer manter uma banqueta em pé com uma só perna. Se fosse apenas isso, após um programa de treinamento para a equipe de vendas, por exemplo, onde as melhores técnicas fossem ensinadas e praticadas, o volume de vendas dobraria de forma contínua. Mas não é isso que acontece. Nem a melhor técnica é suficiente se não houver o autoconhecimento, de como ela pode ser melhor aplicada “por mim”, e de que maneira ela melhor será entendida pelo outro!

E além disto, existe o terceiro pilar…

Sem trabalharmos nossos comportamentos e atitudes, nenhum resultado será sustentável. Não basta o maior conhecimento do mundo se as suas atitudes afastam as outras pessoas ou se os seus comportamentos não estão alinhados aos objetivos que almejamos. Portanto, é necessário atuar neste pilar também, e de forma muito intensa.

Mas agora, isto não está nos livros. Parte-se aqui de uma viagem interior (daí a importância do primeiro pilar, de autoconhecer-se). É necessário identificar os valores e as crenças sobre as quais os nossos pensamentos são construídos, considerando quais são limitantes e quais são potencializadoras. São estes pensamentos que se transformam nas ações, que quando repetidas geram os nossos hábitos que condicionam os comportamentos que levam aos resultados. A figura 2, de uma maneira muito simples mostra de como os resultados são gerados a partir deste contexto.

Figura 2 – O que gera os resultados

CONCLUSÃO

Concluindo, não basta que apenas sejam acessados o conhecimento e as ferramentas necessárias para desempenhar uma determinada atividade. É por isso que uma série de treinamentos não geram o resultado esperado, apesar de abordar o que há de mais adequado em determinada área do conhecimento.

É necessário trabalhar os três pilares, começando pelo autoconhecimento potencializador de todo o processo e sendo complementado pelo desenvolvimento dos comportamentos e atitudes que vão garantir o resultado de forma sustentável. Maestria é isso: fazer mais e melhor, sempre.

Forte abraço e SUCESS😊!

Álvaro Flores