RESENHA: FOCO: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso.

RESENHA: FOCO: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso.

Quero compartilhar com meus seguidores algumas ideias de um livro incrível que acabei de ler. Foco de Daniel Goleman.

Vivemos num mundo altamente competitivo… pela nossa atenção! Não são poucas as ações e tentações que brigam pelo nosso cérebro e competem pela nossa distração, diminuindo nossa capacidade de manter o foco.

Segundo Goleman, conhecido autor do best-seller “Inteligência emocional”, a atenção funciona de forma muito parecida com um músculo: se não o utilizamos, fica atrofiado; se o exercitamos, se desenvolve e se fortalece. Numa era de distrações intermináveis precisamos aprender a aprimorar nosso foco se quisermos prosperar no mundo complexo em que vivemos.

Aqueles que alcançam rendimento máximo (seja nos estudos, nos negócios, nos esportes ou nas artes) são precisamente os que prestam atenção no que é mais importante para seu desempenho. Foco é uma ferramenta essencial, é o que diferencia um especialista de um amador, um profissional de sucesso do funcionário mediano. Isto é demonstrado no livro que combina pesquisa de ponta e descobertas práticas, mostrando que a base do sucesso em todas as áreas da vida é a capacidade de ter FOCO.

Na primeira parte do livro, o autor aborda a anatomia da atenção, iniciando por apresentar os dois principais tipos de distração: a sensorial e a emocional. Para interpretar a origem destas distrações e posteriormente “treinar” o cérebro para contorna-las, Goleman aborda amente ascendente (ou “de baixo para cima”) e mente descendente (ou “de cima para baixo”), em referência às diferentes regiões cerebrais que controlam o funcionamento, respectivamente, de nossa capacidade de atenção involuntária (mente a deriva) e atenção voluntária (foco intencional). Não que tenhamos que permanecer 100% ligados (atenção voluntária), já que o foco intencional cansa, mas encontrar o equilíbrio, já que a mente a deriva é a principal responsável pelos processos criativos e pela percepção mais ampla do todo.

Na segunda parte, Goleman aborda a autoconsciência, que segundo ele, se baseia na “diferença entre como nós vemos a nós mesmos e como os outros nos consideram”. Daí a importância destacada pelo autor de também saber “ler os outros” como a base para desenvolver a empatia. Aí surge a tríade da empatia, composta pela:

  • Empatia cognitiva: assumir a perspectiva de outra pessoa, compreender seu estado mental e administrar nossas próprias emoções quando avaliamos as delas;
  • Empatia emocional: quando nos unimos à outra pessoa e sentimos junto com ela;
  • Preocupação empática: que nos faz nos preocuparmos com a pessoa e ainda faz com que nos mobilizemos para ajudar se for preciso.

Neste ponto, há uma relação com uma distinção chave chamada de Foco Triplo da Atenção: o foco interno, o foco no outro e o foco externo. Segundo Goleman, “o foco interno nos põe em sintonia com nossas intuições, nossos valores principais e nossas melhores decisões. O foco no outro facilita nossas ligações com as pessoas das nossas vidas. E o foco externo nos ajuda a navegar pelo mundo que nos rodeia”. Goleman ainda afirma ser fundamental buscar um equilíbrio entre estes três focos, a fim de que possamos atingir um nível pleno de atenção.

A partir da metade do livro (parte cinco), o autor começa a colocar os conceitos em “prática inteligente”. Achei interessante a contestação que ele faz sobre a “regra das 10 mil horas”, que pressupõe que o treinamento continuado é o segredo do sucesso em qualquer área. Tomada apenas como uma meia verdade, destaca que “ninguém se beneficia da repetição mecânica, mas sim de ajustar a sua execução várias vezes, até chegar mais próximo do objetivo”, o que nas entrelinhas podemos ler: coaching! Complementa ainda que “uma prática inteligente sempre inclui um esquema de feedback, que permite reconhecer erros e corrigi-los. Sempre baseado nos conceitos básicos das neurociências, Goleman apresenta várias aplicações para a Aprendizagem Social e Emocional (ASE), metaconsciência, dentre outros.

Na parte seis, o foco vai para os líderes. Utilizando vários exemplos, desde Steve Jobs até o mestre de kyudo e arqueiro Zen, Kobun Chino, Goleman analisa como os líderes conduzem a atenção, destacando que a “liderança em si depende de capturar efetivamente e direcionar a atenção coletiva”, sendo esta a base da estratégia do líder. E respondendo a desafiadora questão: “do que dependem os bons lideres?”, o autor destaca a autoconsciência, a singular capacidade de focar e a busca do equilíbrio certo.

Finalizando, Goleman defende que os líderes devem “reservar um tempo para orientar e aconselhar”, que em termos práticos coloca nos seguintes pontos (grifo meu):

  • Ouvir atentamente e articular uma visão autêntica do rumo geral que energize os outros, ao mesmo tempo que esclarece quais são suas expectativas;
  • Fazer coaching com base no que a pessoa diz querer da vida, da carreira e do emprego atual;
  • Prestar atenção aos sentimentos e necessidades das pessoas, e demonstrar preocupação;
  • Dar ouvidos a conselhos e experiências; ser colaborativo e tomar as decisões por consenso quando apropriado;
  • Celebrar vitórias, rir, sabendo que se divertir não é perda de tempo, mas uma maneira de construir capital emocional.

Vale destacar ainda que o livro traz uma imensa lista de fontes e referências que podem ser amplamente utilizada por quem quiser se aprofundar em algum dos temas apresentados.